A opinião pública nem bem absorveu o resultado das urnas do último domingo, e o presidente estadual do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves, já emite sinais de que não vai demorar muito para o partido migrar por completo para a base da governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM). Ele até domingo se colocava como um dos principais aliados do governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), por coerência à base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de ter alegado indefinição, pelo fato de ainda não ter se reunido no partido, Henrique afirmou, em entrevista ao Diário de Natal, que pretende trabalhar em parceria com a governadora eleita. "O PMDB vai definir sua postura depois. Mas Rosalba sabe que serei sempre um aliado na luta dos interesses do RN. Assim como fiz com a ex-governadora Wilma de Faria, que derrotou Garibaldi em 2006, farei com Rosalba, até pela aliança que ela possui com Garibaldi, agora", afirmou o parlamentar.
Já o senador Garibaldi Filho (PMDB) não quer saber de divisão no PMDB no Estado. Ele declarou, em entrevista a uma emissora de televisão local, que vai exigir uma posição única do partido. "Que seja governo ou oposição. Mas o partido precisa se unir em torno de um projeto. Não pode ficar do jeito que está", defendeu, deixando clara sua preferência pela aliança com o DEM.
A adesão ao governo de adversários de campanha não é novidade na trajetória política de Henrique, nem do PMDB. O deputado se aliou, neste ano, à prefeita de Natal Micarla de Sousa (PV) depois de ter apoiado sua adversária nas eleições 2008, deputada federal Fátima Bezerra.
No Congresso, Henrique e o PMDB passaram a integrar a base do presidente Lula (PT) após a derrota do candidato apoiado pela legenda em 2002, José Serra. Em relação ao cenário estadual, o peemedebista deu sustentação a Wilma depois que Garibaldi foi derrotado por ela em 2006. Agora, a tendência é o partido fazer parte do governo do DEM.
Nas eleições deste ano, a adesão ao governo era tida como certa, independente de quem conquistasse o governo, tendo em vista que o PMDB seguiu dividido. A posição do PMDB local referente à gestão de Rosalba ainda está, pelo menos em tese, indefinida. Henrique disse que o partido ainda se reunirá para decidir se vai apoiar o governo, ficar na oposição ou deixar seus filiados livres para escolher que posição tomar, como ocorreu nas eleições 2010. No entanto, ele já adiantou que pretende ajudar à democrata.
Henrique disse que a decisão só será tomada após o segundo turno. Ele reforçou a importância da eleição de Dilma Rousseff (PT) para a sigla. "Temos que trabalhar agora pela eleição de Dilma e do vice Michel Temer. Isso é muito importante para o fortalecimento do partido. Em seguida, discutiremos a questão local", frisou.
Matéria publicada no Diário de Natal:
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