Serra diz que antipatia pelo Nordeste é "invenção de adversários"

Em visita a Natal, nesta semana, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reforçou o empenho que, segundo ele, sempre teve em sua vida pública a favor do Nordeste. O tucano enfatizou que a antipatia à Região atribuída a ele é invenção dos adversários políticos.

Durante palestra concedida a empresários convidados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Estado, Serra destacou suas ações parlamentares, desde a época em que foi deputado federal, para beneficiar os Estados nordestinos. "Sou um político nacional. Quando constituinte e como senador, trabalhei por todo o país", reforçou.

Após o evento, em entrevista coletiva, o presidenciável fez uma breve avaliação sobre as necessidades da Região. "O foco precisa ser na questão do desenvolvimento, do emprego. Pretendo reforçar o "Bolsa Família". Agora, as famílias têm que também ter emprego para os seus filhos. Isso pressupõe investimento, que é o que o RN precisa. Grandes investimentos que estruturem e incentivem o investidor privado. Além de treinamento e qualificação dos jovens", avaliou.

Presente ao evento, o senador José Agripino Maia (DEM), principal articulador da candidatura tucana no Rio Grande do Norte, também saiu em defesa de José Serra. Questionado sobre a estratégia do PT de associar o nome de Serra ao título de "anti-nordeste", o senador disse que a oposição vai combater essa ideia "mostrando a verdade".

"Serra conhece nossos problemas, nossas dificuldades e mostrou compromisso de encontrar soluções. Não é só criticar. [O governo] não vai ganhar essa eleição com terrorismo nem mentiras. Vamos mostrar a verdade. O Serra tem compromisso com o Rio Grande do Norte e o Nordeste", declarou o democrata.

Também compareceram ao evento o deputado federal Rogério Marinho (PSDB); a candidata de oposição ao governo do Estado, senadora Rosalba Ciarlini (DEM); o ex-senador Geraldo Melo (PPS); o presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria; (PMN), o vice-prefeito de Natal, Paulinho Freire (PP); o deputado estadual Wober Júnior (PPS); e o presidente da Câmara Municipal de Natal (CMN), Dickson Nasser.

Apoios

Ao comentar o palanque formado pelas forças de oposição no Rio Grande do Norte, José Serra disse que já começa a campanha bem no Estado. O palanque do tucano será formado por DEM, PSDB, PPS e, provavelmente PMN, além de lideranças dissidentes de outras legendas. "Aqui, eu estou bem apoiado. Teremos a candidata Rosalba Ciarlini, temos o deputado Rogério Marinho e ainda o apoio dos senadores José Agripino e Garibaldi Filho", comemorou.

Vice

Sobre a escolha do vice que formará chapa com ele na disputa presidencial, o pré-candidato do PSDB manifestou desejo de ter o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na chapa. Mas, como o mineiro vem rejeitando a ideia, Serra disse que a definição do candidato não será sua, mas do seu partido.

"São critérios políticos e de princípios, porque tem que ser alguém afinado com nossos valores e nossos programas para o Brasil, para todas as regiões. Esse é um processo que se desenvolverá normalmente e até junho teremos uma definição boa", reforçou.

Propostas

Ao avaliar as obras do Governo Federal em solo potiguar, o presidenciável criticou o ritmo lento em que elas são ticadas. Para Serra, é preciso celeridade na construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e na conclusão das obras de estrutura que ajudam no desenvolvimento do Estado.

"O Rio Grande do Norte tem um tipo de produção, no caso da fruta, que vai por avião. Você pode ter uma zona de processamento de exportação e aeroporto. O Estado precisa de um grande aeroporto.

O de São Gonçalo é bom, mas ficou muito atrasado, não tem terminal. Tem que fazer uma concessão para uma parceria público-privada que vai permitir que as pistas tenham um terminal. Não adianta ter as pistas e não ter o terminal", avaliou.