sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Carlos Eduardo lança candidatura independente ao governo

Mesmo após a definição da candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) à sucessão estadual, pela base da governadora Wilma de Faria (PSB), o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) decidiu manter seu nome na disputa pelo governo. O pedetista sinaliza para o lançamento de uma via independente e já articula a adesão de partidos da base do presidente Lula (PT) à sua candidatura.

Em entrevista à Rádio 96 FM, na manhã de hoje, o ex-prefeito declarou que deverá sair candidato independente da base do governo, que terá Iberê Ferreira de Souza como candidato, e da oposição, que provavelmente será encabeçada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM). “Mantenho firme minha candidatura independente. Meu projeto político para 2010 é disputar o governo do Estado. Esse é meu plano A e meu plano B”, reforçou.

Carlos Eduardo argumentou que a candidatura de Iberê não é motivo para ele desistir de ser candidato pelo fato de o PDT não pertencer à base aliada da governadora. “O PDT não possui cargos no governo do Estado. Quem deve se posicionar em relação a isso é (o deputado federal) João Maia (PR) e (o deputado estadual) Robinson Faria (PMN) – pré-candidatos ao governo do Estado – que participam do governo”, alfinetou.

O ex-prefeito de Natal disse que se reuniu, em Brasília, com o ministro do Trabalho, Carlos Luppi (PDT), na última quarta-feira (11). O governadorável contou que, no mesmo dia, o ministro teve uma audiência com o presidente Lula para tratar das eleições 2010. Na ocasião, segundo Carlos Eduardo, Luppi disse ao presidente da república que o PDT terá candidatura própria ao governo do Rio Grande do Norte no próximo ano.

Além do Rio Grande do Norte, o PDT deverá lançar candidaturas próprias nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Maranhão. Nesses quatro Estados, a legenda não terá compromisso de se aliar à base do governo Federal, segundo Carlos Eduardo. Mesmo assim, os brizolistas só formarão alianças com partidos que façam parte da base aliada do presidente e apoiarão a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), à presidência da república.

O pedetista contou que, segundo o ministro, Lula mostrou-se simpático à sua candidatura. “O ministro me disse que a reação do presidente foi muito boa ao saber da minha candidatura. Segundo Carlos Luppi, Lula disse que eu fiz uma grande administração e represento um bom nome para disputar a eleição. Então, quando o presidente mostra respeito e simpatia, isso incentiva nossa candidatura”, declarou.

Carlos Eduardo disse que conversou também com os deputados federais Henrique Eduardo (PMDB) e Fátima Bezerra (PT) sobre o processo eleitoral. O ex-gestor da capital relatou que os dois se mostraram afinados com o projeto do PDT. O brizolista disse que, durante a conversa com Henrique, foi informado de uma pesquisa interna encomendada pelo PMDB que o aponta como segundo colocado na disputa pelo governo, perdendo apenas para Rosalba.

"Não queremos conversa com o Democratas do RN"

Ao contrário da posição externada pela presidente do PDT em Natal, Sargento Mary Regina, o presidente estadual da legenda, Carlos Eduardo, disse que está descartada qualquer possibilidade de o partido se aliar ao DEM nas eleições do próximo ano. “Não queremos conversa com o DEM. Não haverá diálogo com os partidos que fazem oposição a Lula”, garantiu.

Carlos Eduardo disse que a postura adotada pelo diretório do PDT estadual é determinação da executiva nacional do partido, que recomenda aliança com as siglas que dão sustentação ao Governo Lula. “Tenho conversado com PT, PMDB, PSB, PC do B. Mas com o DEM não tem diálogo”, declarou.

Segundo o ex-prefeito, durante a conversa que teve com o deputado Henrique Eduardo, em Brasília, o peemedebista disse que não vai se aliar ao DEM nas eleições de 2010, como quer o senador Garibaldi Filho (PMDB). “Henrique disse que não tem as mínimas condições de firmar aliança com o DEM, devido ao espaço que possui no governo e seu desempenho como deputado em Brasília. Seria muita incoerência”, afirmou.

Sobre o suposto isolamento político que sua candidatura está tendo, apesar de ser o segundo colocado na disputa, de acordo com as pesquisas de opinião, o pedetista disse que conta com a simpatia de petistas e peemedebistas, além de conversar com outros partidos da base aliada. Carlos não vê dificuldades no relacionamento com os demais partidos.

“O processo político é dinâmico, e estamos vivendo um período em que quem manda é o poder. As pessoas que estão com os mandatos estão falando e dão a impressão de que vão decidir as eleições do RN. Soa mais confabulações do poder do que cheiro de povo. Nós estamos em 2009. As eleições só ocorrerão em 2010”, ponderou.

O ex-prefeito também negou que tenha recebido convite para ser vice na chapa de um dos candidatos ao governo. Ele disse que o convite nunca aconteceu e adiantou que não aceitaria. “Isso não passa de especulação”, finalizou.

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