domingo, 18 de julho de 2010

Tudo junto e misturado

Pegue militantes do PT e junte com antigos apoiadores da ditadura. Misture com os herdeiros do antigo MDB. Tempere com o que restou do PDS. Enfeite com as lideranças hoje Democratas. Polvilhe com os novos peemedebistas. Coloque para descansar. Divida em porções. Misture tudo de novo. Faça o mesmo várias vezes. Depois de décadas, separe a massa em duas porções iguais. Em seguida, retire uma porção de uma das metades. Pronto. Agora você tem o cenário das eleições 2010 na política do Rio Grande do Norte.

De um lado, a oposição, com a candidata ao governo Rosalba Ciarlini (DEM) e os senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi Filho (PMDB). Do outro, o lado governista, com o governador Iberê Ferreira (PSB), candidato de Wilma de Faria e do PT. A terceira porção é o candidato Carlos Eduardo (PDT), apoiado pelo PCdoB. Seria injustiça dizer que alguém representa a esquerda ou a direita. Está tudo junto e misturado.

Ao lado de Rosalba, que apoiou a candidatura de Wilma ao governo em 2002, está Garibaldi, que esteve contra a Ditadura Militar, e Agripino, um dos prefeitos biônicos daquele regime.

Por sua vez, Agripino foi o padrinho político de Wilma, que também deu apoio ao regime de exceção, mas hoje conta com o apoio do PT, principal partido dito de esquerda no Estado.

Iberê, um candidatos de Lula hoje, já participou de todos os grupos políticos do RN. Foi secretário de Agripino, companheiro de Henrique e hoje se considera socialista, ao lado de Wilma. O governador dança no ritmo que a banda toca. 

Dos três, Carlos Eduardo hoje é o candidato mais independente desses grupos. Teve origem no PMDB, sendo liderado de Henrique e Garibaldi, passou pelo PSB, de Wilma, e hoje está no PDT, onde é o líder maior. Teve sua carreira política iniciada no feudo dos Alves. Também não é de esquerda.

Pelo que podemos ver, o discurso de direita e esquerda no Rio Grande do Norte não passa de hipocrisia. Dizer que um lado é conservador e o outro progressista é negar a formação política que os dois grupos tiveram. Isso mesmo, a divisão existente é entre governo e oposição, nada a mais que isso. Então, o grupo governista pode se considerar parceiro de Lula, sim. De esquerda, jamais. Se o Lula fosse mal avaliado, em vez de usar o nome dele, os governistas fugiriam, assim como faz a oposição, no que diz respeito a Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Um comentário:

Gladstone /praxedes disse...

É uma pena, mas essa receita que você deu no inicio da postagem é a realidade da nossa politica, parabéns!

Número de visitas