quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Internet vira palco da disputa eleitoral

Com a evolução da tecnologia e as mudanças na legislação eleitoral, as campanhas políticas ganharam mais recursos para chegar ao eleitor. Alguns hábitos vão desaparecendo. Outros vão surgindo. Até às eleições de 2000, os candidatos investiam na distribuição de brindes, na contratação de bandas para comícios e confecção de outdoors. Com a proibição do uso dessas mídias e a popularização da internet, as campanhas eleitorais entraram na revolução digital.

Nos quatro cantos do país, os candidatos a cargos eletivos nas eleições deste ano, desde presidente até deputado estadual, investiram na mídia digital para se aproximar do eleitor. Foram criados sites, blogs, perfis em redes sociais, entre outras formas de mobilização de eleitores por meio da internet. Apesar de o contato corpo a corpo continuar indispensável, a campanha online se popularizou.

Por meio da internet, os eleitores têm acesso aos planos de governo ou propostas dos principais candidatos. Eles também podem enviar perguntas e fazer sugestões. A revolução digital criou também a militância online. Parte dos militantes já trocou as ruas pelos computadores. As mobilizações voluntárias em favor dos candidatos têm se tornado cada vez mais freqüentes no mundo digital.

Comunidades no orkut com nomes de candidatos, propagandas de políticos nas fotos dos eleitores e até criação de redes sociais por parte de militantes partidários são algumas das formas de mobilização criadas pela militância online. Vendo o potencial da rede mundial de computadores, os "marqueteiros" dos candidatos resolveram investir no setor. Além da campanha feita pelo militante, o próprio político interage por meio das ferramentas com o eleitorado por meio das ferramentas que a rede oferece.

Nos sites de campanha dos três principais candidatos ao governo do Rio Grande do Norte - Rosalba Ciarlini (DEM), Iberê Ferreira (PSB) e Carlos Eduardo (PST) - o eleitor encontra todos os detalhes sobre suas respectivas campanhas. As notícias são atualizadas em tempo real. Ao navegar nas páginas deles, o internauta também tem acesso ao material de campanha, vídeos, áudios, endereços dos candidatos nas redes sociais, agenda, entre outras novidades.

O Twitter, rede social de microblog's, é a principal ferramenta de divulgação dos três governadoráveis. Por meio da ferramenta, eles divulgam fotos das mobilizações em tempo real, notícias do site e novidades da campanha. Além disso, podem conversar com eleitores individualmente e coletivamente. Como o site virou febre no Brasil e a cada dia tem mais usuários, o Twiter é visto como a grande novidade da campanha deste ano. Apesar das semelhanças serem muitas entre as estratégias para a campanha dos candidatos na internet, eles também possuem suas peculiaridade.

A militância de Rosalba Ciarlini criou a rede social "Amigos da Rosa", que foi introduzida à página oficial candidata. O site funciona semelhante ao orkut, onde os participantes possuem perfis e postam textos. O peculiar desta rede social é que todos são eleitores da senadora, que participa, inclusive, de vídeochats com os membros do site, criando uma maior interação com seus eleitores.

Iberê apostou no "Fomspring.me" para se aproximar mais do seu eleitor. Por meio do perfil do governador nesse site, os eleitores podem fazer perguntas diretamente ao candidato. As respostas são publicadas na página inicial do site, à qual todos os internautas têm acesso. Dessa forma, o governadorável consegue corresponder à ânsia de quem quer ser ouvido por ele. Já Carlos Eduardo tem como diferencial a criação de uma versão móvel para seu site de campanha. Além de acompanhar os passos do candidato pela internet, os eleitores podem acessá-lo pelo celular.

Embora tenha trazido muitos benefícios, as ferramentas da internet também representam um perigo nas eleições. Os crimes online são comuns e a descoberta dos praticantes é mais difícil. Utilizar a rede para denegrir candidatos, enviar e-mails falsos e agir anonimamente são alguns crimes eleitorais. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN) prometeu atuar para coibir esse tipo de ação. Porém, reconheceu a dificuldade que terá.

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