Dilma promete tratamento igualitário a Iberê e Carlos Eduardo

Apesar da tentativa do PSB de desvincular a imagem do candidato a governador Carlos Eduardo (PDT) à do presidente Lula (PT), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef, prometeu, na manhã de hoje, em entrevista à Rádio 96 FM, tratamento igualitário ao pedetista e ao governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição, nas eleições deste ano.

"A decisão da minha coordenação de campanha reúne os partidos que estão nas coligações de Iberê e Carlos Eduardo. Os candidatos que me apóiam serão tratados de forma igualitária. Eu darei a eles apoio integral. Mas não terei preferência por um nem por outro", declarou a candidata.

Questionada sobre o empenho das lideranças nacionais do PT nas eleições do Rio Grande do Norte, a candidata prometeu atenção especial. Tendo em vista que os candidatos do DEM ao Senado, senador José Agripino, e ao governo, senadora Rosalba Ciarlini, possuem chances de ganhar a eleição, o esforço será redobrado. Dilma destacou a eleição para o Senado no Estado como a mais importante para o seu projeto político.

"Nosso projeto nesse momento entra no cenário para ser apresentado como alternativa à Visão do DEM e PSDB. Precisamos de senadores que apóiem o governo. Que não sejam contra Prouni. Que não chamem o bolsa família de esmola. Preciso de senadores da minha base. Apóio Wilma, Garibaldi, Hugo e Sávio. Temos uma base forte com quatro senadores. Espero que se elejam dois que estejam conosco", declarou.

Perguntada sobre o motivo de o Rio Grande do Norte não ter sido escolhido para receber uma das refinarias de petróleo que foram para outros Estados do Nordeste, Dilma desconversou e não respondeu. Sobre a ferrovia Transnordestina, ela disse que o RN será incluído em um outro momento. A candidata também rebateu as críticas da oposição às "perdas" que o Estado teve no Governo Lula.

"A Transnordestina está na fase inicial de implantação, que vai do Piauí ao Ceará. Essa ligação com outros Estados se dará com o tempo. Se Agripino achasse importante ter ferrovias, tivesse construído pelo menos 1 km de ferrovia no RN, quando foi governador. Mas nunca fez. O RN será integrado em um segundo momento. Nós do governo Lula podemos garantir que faremos porque já fizemos. Mas ele nunca fez", comparou.

A petista elegeu Agripino como principal adversário de Lula. Segundo Dilma, o DEM é o maior adversário do Brasil. "O que Agripino faz é um desrespeito à nossa inteligência e ao povo brasileiro, que viu o que ele fez contra nós. Ele não pode chegar aqui e dizer que não fez uma oposição dura. O desrespeito é fazer oposição dura e depois fingir que não é dura", frisou a petista.

Dilma criticou também a postura amena que o democrata assumiu em relação ao governo nesse período eleitoral. "Veja que constrangedor: como é vista a alta aprovação do presidente, eles [DEM] começam a elogiar. Criticavam a própria pessoa do presidente. Mas quando chega a eleição, fingem que são razoáveis, que querem diálogo. Eles nunca foram assim", afirmou.

A candidata ainda prometeu empenho para a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) ao redor da construção. Dilma reconheceu que a educação do Brasil ainda está longe do ideal. Para melhor, prometeu investir nas escolas técnicas, no ensino de base e valorizar os professores.

Foto: Alexandre Lago/ Correio da Tarde

Matéria publicada na edição de ontem do Correio da Tarde