sábado, 12 de setembro de 2009

Fátima Bezerra: "Nós não 'demonizamos' a oposição"

Enquanto os partidos se dizem abertos para dialogar com qualquer sigla, o PT veta entendimento com DEM e PSDB, independente do intuito da composição. Esse posicionamento, considerado radical por alguns aliados, foi explicado ontem pela deputada federal Fátima Bezerra (PT), no hotel Maine, em Natal, após a última sabatina da série de encontros promovidos pelo partido com os governadoráveis da base de Lula no Estado.

Fátima explicou que o PT não ‘demoniza’ a oposição, como alguns deduzem, devido à postura do partido. “Nossa divergência com o DEM e com o PSDB é ideológica. Seria incoerência lutarmos por uma linha de desenvolvimento contrária a desses partidos e aceitarmos uma aliança local com pessoas que agem da maneira que combatemos nacionalmente”, afirmou a deputada.

Questionada sobre o motivo de a restrição aos partidos oposicionistas (DEM e PSDB) não se estender ao PPS – que, apesar de caminhar para uma composição local com a base do presidente Lula (PT) estará no palanque de oposição em nível nacional, nas próximas eleições – a petista disse que, nesse caso, o apoio é bem vindo.

Utilizando uma folha de papel e uma caneta, a deputada explicou o motivo da aceitação do PPS, legenda presidida no Estado pelo deputado estadual Wober Júnior, na base aliada governista. “Veja bem, o PPS vem apoiar um candidato ao governo que está comprometido com o palanque nacional do PT. Então, não tínhamos porquê recusar esse apoio”, declarou.

Na explanação da deputada, ela deixa claro que o PT não restringe a entrada de partidos que somem com a candidatura ao governo da base, independente do posicionamento nacional. No entanto, para ter o apoio do partido, é necessário que o candidato esteja no palanque do presidente Lula (PT) em 2010.

Como o PPS só participará da disputa indicando nomes na proporcional, por tanto sem o apoio do PT, a legenda de Fátima não tem qualquer restrição em apoiar o mesmo candidato apoiado pelo PPS. Até porque, esse candidato apoiado por ambas as siglas estará comprometido com o projeto político do presidente Lula.

Perguntada sobre a possibilidade de o PT subir no mesmo palanque que DEM e PSDB, assim como fará com o PPS, se estes virem a apoiar um candidato ao governo que esteja comprometido nacionalmente com a candidatura petista à presidência da república, a deputada disse que não acredita nessa hipótese. “Eles não fariam isso”, ponderou.

Disputa presidencial

Fátima Bezerra também fez uma avaliação sobre o cenário nacional que se forma para as eleições de 2010. A deputada defendeu a formação de uma aliança que englobe todos os partidos que sustentam o Governo Lula. “O ideal seria que tivéssemos uma eleição em forma de plebiscito, com apenas duas candidaturas, onde quem gostaria que o governo Lula continuasse votava em um candidato e quem fosse contra votava no outro”, finalizou a deputada.

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