terça-feira, 22 de setembro de 2009

Faustino anuncia apoio do PSDB à candidatura de Rosalba Ciarlini

O presidente de honra do PSDB estadual, João Faustino, afirmou, no último sábado (19), ao participar do CBN debate, na Rádio CBN Natal, que a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) é a candidata ao governo do Estado do PSDB no Rio Grande do Norte para as eleições de 2010.

João Faustino considera a aliança do PSDB com o DEM consolidada tanto em nível nacional como no cenário local. Nesse contexto, ele disse acreditar que o melhor nome do grupo para a sucessão da governadora Wilma de Faria (PSB) é o da senadora democrata.

“A candidatura de Rosalba já está consolidada junto à população e tem grandes chances de vitória. As pesquisas de opinião pública mostram como ela é bem avaliada tanto no interior quanto na capital. Quem achar que ela não será candidata está se enganando. A candidata do meu partido ao governo é Rosalba Ciarlini”, reforçou.

O tucano declarou que o PSDB só apoiará nomes, tanto ao governo como para o Senado, que estiverem comprometidos com o partido na disputa pela presidência da república. A chapa tucana poderá ser encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ou pelo gestor de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).

No entanto, Faustino disse que a sigla não cria empecilhos para que partidos comprometidos com outras candidaturas presidenciais venham a apoiar o mesmo nome que a legenda para o governo do Estado. Ele, inclusive, cogitou a possibilidade de PMDB, PMN e PR – partidos que anunciaram apoio à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), à presidência da república – aderirem ao grupo oposicionista no RN.

João Faustino explicou que o PSDB não questiona esse tipo de composição porque a adesão desses partidos à provável candidatura de Rosalba Ciarlini não constitui uma composição formal com os tucanos. “Nesse caso, não teríamos uma aliança direta com eles. Não há problema de estarmos no mesmo palanque”, ressaltou.

Mesmo contando como certa a composição com o Democratas, o tucano disse que há uma hipótese remota de a aliança não se concretizar, o que obrigaria, segundo ele, o PSDB a lançar candidato próprio ao governo do Estado. “A única forma de nós (tucanos) não firmarmos aliança com o DEM é se a candidatura de Rosalba for preterida em favor de um nome que não tenha compromisso com o projeto nacional do PSDB em 2010”, advertiu.

Sobre a possibilidade de o PSDB vir a integrar a chapa majoritária, João afirmou que a legenda só pleiteará esse espaço se tiver um nome que possa acrescentar à candidatura do DEM. Porém, antecipou que a sigla quer tratamento igualitário às outras legendas nas conversas sobre o processo eleitoral. “O PSDB pode não ter tantos prefeitos quanto PMN, PR e outros, mas tem seis minutos na televisão e um candidato à presidência, que fortalece a chapa estadual”, alegou.

Saída de Geraldo

Ao comentar a saída do ex-presidente do PSDB local, Geraldo Melo, que se filiou ao PPS, o tucano lamentou a opção feita pelo ex-membro do partido. Ele contou que a insatisfação de Geraldo se deu devido à não prorrogação do seu mandato de presidente da legenda, por parte do diretório nacional, enquanto outros Estados tiveram seus dirigentes mantidos no cargo.

O presidente de honra da legenda no Estado justificou a decisão da executiva nacional dizendo que já havia um compromisso firmado com o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) para que, depois de filiado, ele assumisse o comando da sigla no Estado. João lembrou que mesmo tendo decidido mudar a diretoria do RN, o PSDB prestigiou Melo, concedendo-lhe a vice-presidência nacional do partido.

“Geraldo passaria a ser coordenador das atividades do PSDB no Nordeste e teria peso nacional em todas as decisões que a legenda fosse tomar. Embora respeite, não compreendi a decisão dele. Sem dúvidas foi uma grande perda para os nossos quadros no Estado”, lamentou.

Cenário local

Ao analisar o cenário local, Faustino fez três previsões para o próximo pleito. O tucano disse não acreditar na possibilidade de haver uma candidatura de terceira via ao governo; afirmou que, em sua concepção, o candidato da governadora em 2010 já está definido: o vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB); e declarou que considera impossível a união da base governista no Estado.

“Iberê só não é candidato se não quiser. Ele agora tenta a união do governismo em torno do seu nome. Já na Unidade Potiguar (UP) – formada por PMDB, PMN, PP e PR, não existe candidato. Se existisse, já teriam fechado questão sobre isso e não estariam tentando fazer acordos”, analisou o presidente de honra do PSDB.

Segundo o tucano, a formação da UP foi uma estratégia inteligente para evitar o “esvaziamento” da base, quando a governadora já dava indícios de que o candidato é Iberê. Porém, considera o grupo sem consistência. Ele acredita que o grupo irá se dividir e dissidentes da UP irão aderir à candidatura do DEM ao governo.

Faustino enfatizou ainda que o presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), teria tudo para ser o nome novo da eleição do ano que vem. Todavia, segundo ele, o deputado não se impôs como pré-candidato independente e acabou enfraquecendo na disputa.

Dilema do PMDB

O tucano também avaliou o dilema vivido pelo PMDB local, que está indefinido quanto ao rumo que tomará em 2010. Enquanto o presidente da sigla, deputado federal Henrique Eduardo, articula a união do partido com o grupo de Wilma, o senador Garibaldi Filho (PMDB), que tentará reeleição, prefere se aliar ao DEM, apoiando a candidatura de Rosalba Ciarlini.

Faustino afirmou que a tendência natural do PMDB seria o apoio a Rosalba. “Há uma tendência para que Rosalba e Garibaldi estejam unidos em 2010. É uma aliança mais confortável e fácil para o PMDB, que já esteve com a democrata em 2006. Se aliar a Wilma, que sempre disputou espaços com Garibaldi e o enfrentou em uma disputa acirrada recentemente, gera uma maior dificuldade”, concluiu.

"PSDB poderá lançar chapa puro-sangue no Brasil"

Durante a entrevista, João Faustino também revelou a tendência do PSDB no cenário nacional. Ele disse que os pré-candidatos à presidência da república pelo partido – José Serra e Aécio Neves – estão afinados para a disputa, caminhando inclusive para a formação de uma chapa puro-sangue, com um dos dois encabeçando a chapa e o outro sendo o vice.

Questionado sobre as dificuldades que uma composição dessa natureza levaria para a aliança com o DEM, que pleiteia a indicação do vice na chapa tucana, Faustino informou que existe um acordo firmado em 2008 entre as duas legendas para a eleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que deixa os tucanos livres para decidirem a formação da chapa presidencial em 2010.

O presidente de honra do PSDB local frisou que foi devido à existência desse acordo que Kassab incentivou a candidatura do senador José Agripino (DEM) à reeleição, na última sexta (18), quando esteve em Natal, na comemoração dos 30 anos de vida pública do senador.

A posição do prefeito de São Paulo se contrapôs à declaração do presidente nacional do Democratas, deputado federal Rodrigo Maia, que, durante o evento, defendeu a indicação do nome do potiguar para vice na chapa presidencial do PSDB. Maia disse que vai defender dentro do partido que a legenda faça parte da chapa tucana.

Sobre a divergência dos membros do diretório nacional do Democratas em relação à participação do partido nas eleições de 2010, João Faustino disse que o prefeito de São Paulo agiu em consonância com o combinado. “Kassab conhece o acordo e sabe que o DEM prometeu apoio ao PSDB independente de indicar o candidato à vice-presidência na coligação”, reforçou.

Perguntado sobre a possibilidade de a “antipatia” de José Serra ser um empecilho para o crescimento da candidatura dele, o tucano potiguar respondeu que as pesquisas de opinião mostram o índice de aceitação do presidenciável, referindo-se a larga vantagem do governador de São Paulo para os demais pré-candidatos à presidência, constatada por todos os institutos, até o momento. “O político não precisa ser simpático, mas sim ético, honesto e bom gestor, como Serra”, afirmou.

João Faustino também externou seu pensamento sobre a posição nacional do PMDB nas próximas eleições. Ele prevê que o partido não firmará aliança nacional na próxima eleição. “Acho que o PMDB vai liberar os líderes do partido para seguirem o rumo que desejarem em 2010, já que a legenda está dividida”, declarou.

De acordo com o tucano, Serra conta com o apoio de, pelo menos, 40% das lideranças do PMDB à sua candidatura. Ele conta que se o candidato for Aécio, esse número sobre para 60%. “Até mesmo aqui no Estado, se Aécio for candidato, Henrique, que está afinado com a candidatura de Dilma, terá dificuldades de não apoiá-lo, devido à afinidade dos dois”, concluiu.

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