quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Candidatura de Ciro Gomes à presidência pode mudar configuração política do RN

A candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à presidência da república – contra a candidata do Planalto, a ministra Dilma Roussef (PT) – pode causar prejuízo para a base do presidente Lula (PT) no Rio Grande do Norte. Enquanto aliados do presidente se mobilizam para fazer grande união no Estado, as legendas, em nível nacional, caminham para rumos diferentes.

Como a líder de Lula no Estado é a governadora Wilma de Faria, integrante do partido de Ciro, o palanque do presidente ficará enfraquecido, caso seja confirmada a candidatura do peessebista, que possui uma boa aceitação popular, de acordo com as pesquisas de opinião pública. O deputado já está empatado tecnicamente com a candidata do governo.

Um rompimento da governadora com o Planalto pode significar também o início da reaproximação entre PSB e DEM, que estão em lados extremos, tanto no cenário local como no nacional. Apesar de o senador José Agripino (DEM) e a governadora serem adversários políticos, o perfil do eleitorado dos dois é idêntico, o que ajudaria na formação da aliança.

Com a possível saída do PSB da base do presidente, a Unidade Potiguar (formada por PMDB, PR, PMN, PP e PTB) tomaria o comando do palanque de Lula no Estado, ao lado do PT. O grupo já confirmou apoio à candidatura da ministra Dilma Roussef. O PT decidiu que a meta da legenda será o fortalecimento do palanque da ministra e a composição de aliança com partidos comprometidos com esse projeto.

O lançamento de múltiplas candidaturas para a presidência, em 2010, atrapalha os planos dos partidos que almejavam a união dos aliados em torno de um só nome. O desenho do cenário nacional afetará decisivamente as alianças estaduais. Entre os políticos do RN, Agripino e o deputado estadual Wober Júnior (PPS) já anunciaram que não pretendem manter a aliança de Brasília em nível local.

Agripino apoiará o candidato à presidência da república indicado pelo PSDB, mas pretende firmar aliança local com a Unidade Potiguar, que já declarou apoio à candidatura do PT ao comando do Palácio do Planalto. Já Wober Júnior, que também se comprometeu com a candidatura tucana à chefia da nação, pretende permanecer aliado de Wilma de Faria, em nível local.

Por enquanto, na base governista, ainda há discurso de coerência, entre o posicionamento nacional e local dos partidos. No entanto, se a tendência for confirmada, a Unidade Potiguar, criada com o discurso de unificação do palanque de Lula, poderá estudar outras possibilidades de aliança, assim como a própria governadora, que já afirmou disposição de conversar com todos os partidos. Se antes o cenário de 2010 estava indefinido, com as variações da política nacional tornou-se imprevisível.

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