O secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Vagner Araújo (PSB), declarou, na última sexta-feira (14), em entrevista ao jornal 96, que a governadora Wilma de Faria (PSB) teve conhecimento sobre a formação da Unidade Potiguar, divulgada na última terça-feira (12), antes do anúncio do pacto. De acordo com o secretário, a pessebista foi avisada sobre a formação do bloco no último domingo. “Nada foi feito pelas costas”, afirmou.
O acordo articulado pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) para a formação da Unidade Potiguar, no intuito de manter a base do presidente Lula (PT) unida para as eleições de 2010, é uma estratégia para impedir que o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Robinson Faria (PMN), e o deputado federal João Maia (PR) deixem o governo e migrem para a oposição.
Wilma de Faria ficou satisfeita com a declaração de apoio de Henrique Alves ao seu governo. Entretanto, não gostou de o apoio ter sido declarado somente em nome dele e não do PMDB, partido presidido pelo deputado no Estado. Ao comentar o pacto, a governadora disse que precisa de uma aliança institucionalizada, o que soou como uma cobrança direta a Henrique pela definição dos peemedebistas, já que os outros partidos estão fechados com seus presidentes.
O bloco, antes formado por João Maia e Robinson Faria, não tinha tendência eleitoral definida e estava mais próximo de fechar aliança com a oposição. Com a chegada de Henrique e a formação da tríade, o quadro muda novamente. O presidente estadual do PMDB é defensor ferrenho dos governos de Wilma e Lula.
A tendência da Unidade Potiguar é repetir o palanque nacional no Estado. Os três deputados tomarão todas as decisões políticas para 2010 em conjunto, sob a batuta do peemedebista, que foi escolhido para representar as decisões do trio devido ao fato de os outros dois serem pré-candidatos ao Governo do Estado.
Apesar de terem confirmado que conversarão com oposicionistas, os deputados do grupo não disfarçam que a frase foi dita somente para não criar acirramento nem radicalismo. Eles não cogitam acordo com DEM e PSDB. Esse quadro só mudará caso um dos pré-candidatos do bloco tenha as melhores condições de disputar o governo e seja preterido em favor do vice-governador.
Bloco cobra debate de igual para igual com a governadora
O plano dos componentes do bloco é fortalecer o poder de voz do grupo na base governista e estabelecer critérios para a escolha do candidato a governador que representará o governo nas próximas eleições. Apesar de serem pré-candidatos, João e Robinson dizem que estão dispostos a apoiar o nome da base que se mostrar mais viável, por meio de pesquisas eleitorais.
Uma das metas dos líderes para a formação da Unidade Potiguar foi justamente impedir que, separadamente, eles fossem obrigados a se submeter às decisões da governadora. O acordo para que os líderes do PR e do PMN permaneçam no governismo é que haja articulação entre aliados e não adesão a uma candidatura imposta pela líder maior. Vagner Araujo não vê essa posição como um “emparedamento” de Wilma. “Não houve emparedamento. Houve integração das lideranças da base política da governadora”, minimizou.
A tríade já definiu que estará no palanque nacional do presidente Lula em 2010, que será encabeçado, provavelmente, pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Os deputados alegam dificuldades para participarem de palanques diferentes, em nível nacional e local.
Todavia, a única certeza que o grupo garantiu ter é de permanecer unido. Os membros do bloco deixaram de ser liderados da governadora e passaram a ser aliados, cobrando discussões de igual para igual. A indefinição de rumo anunciada por eles, apesar da intenção de permanecer na base, denota a independência dos deputados.
Um comentário:
Esse acordão vai fazer a Rosalba subir ainda mais. A mulher é forte. Não tem Pup que dê jeito.
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